JUNG , SENTIMENTOS E REFELXÕES


O elemento feminino teve um influencia determinante na personalidade e no pensamento de Jung. O intelecto, o espírito puramente masculino do mundo do conhecimento profissional, lhe era estranho, porque esse universo nada sabe dos processos de fertilização pela via do inconsciente. Disse ele uma vez:” Mas uma mente mais ampla traz a marca do feminino; ela é dotada de um ventre receptivo e fértil que pode remodelar o que é estranho e dar-lhe uma forma familiar.” É esse o dom raro de um intelecto maternal que era característico de Jung. Como costumava acontecer com homens muito viris, Jung tinha uma formação emocional e sentimentos marcados por uma forte sensibilidade e enorme vulnerabilidade, embora ocultos sob modos joviais e interesse pela vida.  
Poucos homens sofreram tanto quanto ele; sua grande obra criadora foi arrancada, não apenas ao quente abismo das paixões, mas também ao sofrimento. As feridas pessoais, embora pudessem atingi-lo de maneira profunda, não o afetavam quanto o sofrimento do mundo contemporâneo, a devastação da natureza, o problema da superpopulação, a guerra,  a violência imposta às culturas não cristãs que floresciam com a brutalidade da moderna tecnologia.
Para Jung, esses problemas eram uma agonia que o mantinha, de modo constante e incansável, à espreita de quaisquer possibilidades de uma transformação benéfica que porventura emergissem das profundezas da psique. Talvez apenas os que estavam à sua volta e os que tiveram a sorte de serem seus pacientes conheciam o poder de empatia e a extrema sensibilidade de Jung, pois ele ocultava sua enorme vulnerabilidade e só de raro em raro exprimia seus sentimentos mais fortes. O poeta romântico que era poucas vezes irrompe em seus escritos”

Marie- Louise von Franz, em “Jung, seu mito em nossa época”, editora Cultrix.
Quadro : Marta Orlowska

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