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Mostrando postagens de agosto, 2009

Sabedoria 2

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“Em suas memórias póstumas, este pensamento se completa. Também ali ele narra o que dizia em sua carta sobre chefe dos índios pueblos, Ochwían Biano, que acreditava ajudar o Sol a levantar-se todas as manhãs. E Jung procurava encontrar para o homem moderno um mito tão transcendental ou vital como aquele. Isso se revela em sua vida, no seu trabalho de anos: Iluminar a escuridão do Criador. Dar consciência no sentido junguiano não significa racionalizar, mas sim projetar-se com “essa luz que é seu tesouro” e que emana daquela mesma “central” misteriosa da pessoa, do indivíduo, para dirigir-se ao reino das trevas e ir incorporando-o num processo sem fim. Jung vê nos olhos dos animais o sofrimento da noite da criação, o medo de uma região em que não existe ainda a luz. E acredita descobrir que eles necessitam de nós, esperam que lhes revelemos o mundo e o mistério de suas existências dolorosas, para que os contemplemos e os reflitamos, projetando-os na luz. Em uma palavra: p

Sabedoria

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Jung cortando gravetos, 1958 . “ Guardo minha luz e meu tesouro, convencido de que ninguém lucraria – e eu mesmo seria ferido sem esperança – se a perdesse. Ela é o que há de mais alto e precioso, não somente para mim como também, sobretudo, para as trevas do Criador, que necessita do homem para iluminar sua Criação. Se Deus houvesse previsto inteiramente seu mundo,este seria uma mera máquina sem sentido e a existência do homem um inútil capricho. O Intelecto pode vislumbrar a última necessidade, mas a totalidade do meu ser diz “ Não” a isso... Sinceramente seu", (*)CG Jung, 14 setembro 1960. “ Quando Lao-Tse diz: “ Todos os seres são claros, eu sou um turvo”, exprime o que sinto em minha idade avançada. Lao-Tse é o exemplo do homem de sabedoria superior que viu e fez a experiência do valor e do não-valor, e que no fim da vida deseja voltar a seu próprio ser, no sentido eterno e incognoscível. O arquétipo do homem idoso que contemplou suficientemente a vida é eternamente verdadeir

Desacorrentadas

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Marc Chagall, La branche Martha Medeiros "O amor liberta? De certa forma, sim. Amar faz você desprender-se da razão, incorporar novos hábitos, expandir seus sentimentos, invadir recantos da sua alma nunca antes explorados. De fato, é bem poético e libertador amar. Mas tem seus contratempos, lógico. A convivência entre duas pessoas nem sempre é um mar de calmaria, muitas concessões necessitam ser feitas, ou seja, alma gêmea não existe, é conversa pra boi dormir. Ainda assim, é melhor estar amando do que não estar amando. Ao menos até uma determinada idade. Circulam por aí reportagens que enaltecem o amor aos 70, 80 anos, dizendo que nunca devemos encerrar as buscas, que o amor merece ser encontrado em qualquer etapa da vida. Merece, mas tenho ressalvas a fazer.Se você alcançou uma certa longevidade e tem um parceiro bacana, mantenha-o, claro. Mas se você está sozinha da silva, já teve vários bons romances na vida e está em paz com a sua solidão, vai procurar sarna pra se coçar a t

Nova Consciência

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Silence, by Herman Smorenburg " O caminho da preservação da vida, é hoje, sobretudo um problema de consciência. E como consciência é um fenômeno que se processa no interior do homem, é justamente em seu interior que devemos trabalhar – com afinco e urgência – para extrair as soluções. A percepção cada vez mais clara desse urgente estado de coisas invadiu, nas últimas décadas, todas as áreas do conhecimento humano ocidental, as ciências, as artes, as religiões e as filosofias. O ciclo do paradigma racionalista, fragmentador e separador – a cujos excessos deve ser debitada boa parte dos problemas que hoje vivemos – parece estar chegando ao fim. Uma nova concepção de vida e do mundo surgiu, e está sendo estruturada, assumindo a cada dia contornos mais definidos. Assistimos ao nascimento de um novo paradigma, e um dos seus nomes de batismo é " holismo ” ( do grego holos , totalidade) . Trata-se de uma concepção sistêmica da vida e de mundo, baseada na consciência do estado de in

Divindades (2) e Astrologia

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Por Tereza Kawall Para Jung, os arquétipos são princípios universais, idéias estruturantes inatas ou herdadas, a soma de todas as potencialidades latentes na psique humana, que pertencem ao Inconsciente Coletivo. Este é, portanto, o riquíssimo substrato psíquico, a memória de todas as imagens arcaicas do homem. Os arquétipos são como protótipos de conjuntos simbólicos, modelos pré-formados, ordenados e ordenadores, dotados de extraordinário dinamismo psíquico. Os símbolos astrológicos, sejam eles histórias de deuses, heróis ou sobre a origem das constelações, são projeções de imagens internas do homem, criados pelo coração do homem para serem lançados ao céu a fim de povoá-lo de figuras, visões e significados. Essa percepção nada mais é que a experiência especular humana, a busca de uma ordem e significado para sua existência. Diz Sicuteri sobre os símbolos: "Julgamos que a vida não poderia ser vivida e expressa na sua mais íntima profundidade – mesmo inconsciente – se os símbolo

Divindades

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Mandala tibetana século 14 "Ao contemplar uma mandala você está interiormente harmonizado ; os símbolos religiosos são poderes harmonizadores. Eles ajuam. Esse é todo o sentido da mitologia: ajudá-lo a harmonizar a sua vida indiviual com a vida da sociedade. A idéia básica da filosofia é que as divindades são personificações simbólicas das próprias imagens que são você mesmo. E as energias que vêm de você próprio são as energias do universo. E, assim, deus está lá fora e também aqui dentro. Sim, o reino dos céus está dentro de você, mas também em todo lugar. Falando em divindades em termos adequados a essas tradições mitologicamente fundamentadas, digo que a divindade é a personificação da energia. É a personificação de uma energia que dá forma à vida. Toda a vida. A sua vida. A vida no mundo. E a natureza da personificação será determinada elas circunstancias históricas. A personificação é folclórica; a energia é humana. E assim as divindades provém das energias

Sol Dourado

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Como não poderia deixar de ser, para o leonino, o impulso para a afirmação ou para a realização pessoal é o tema central em sua vida. Ele deseja ser reconhecido como um ser criativo e especial, e ele sempre lutará para não ter um destino comum. Esse pressuposto do signo de Leão está relacionado ao Sol, que em termos astrológicos é a “divindade” que o preside. Todos os símbolos do Sol traduzem idéias ou imagens de grandeza, poder, paixão e vitalidade. No leonino, a energia vital do fogo flui espontaneamente, dando a ele uma natureza ardente, expressiva e calorosa. Na anatomia zodiacal, o órgão correspondente a este signo é o coração, e isso já diz da importância das emoções e do amor em sua vida. Como o próprio Sol, considera-se um ser especial, a vida para ele é bela a grandiosa, e, por essa razão, não suporta a mediocridade! Vemos dois tipos de leoninos: o “ hercúleo”, cuja natureza é dominadora, voluntariosa e instintiva. Sua moral é a da força do combate, pois personifica o “ eu h

O erro de Descartes

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Antonio Damásio nasceu em Portugal, é um renomado neurologista e neurocientista, chefe do departamento de neurologia da Universidade de Iowa, membro da National Academy of Sciences e da American Academy of Arts and Sciences, professor do Instituto Salk de Estudos Biológicos, na Califórnia. “ Penso , logo existo”. Esta afirmação, talvez a mais famosa da história da filosofia, ilustra exatamente o oposto do que o autor deste livro propõe e desenvolve em suas páginas. A frase de Descartes sugere que pensar e ter consciência de pensar definem o ser humano; o filósofo francês concebia o ato de pensar como uma atividade separada do corpo estabelecendo um abismo entre mente e corpo. Na visão inovadora de Damásio, sentimentos e emoções são uma percepção direta de nossos estados corporais e constituem um elo essencial entre o corpo e a consciência. O autor afirma que o ponto de partida da ciência e da filosofia deve ser anticartesiano: existo, e sinto, logo penso .