O SELF E A LUZ CIRCULAR
Marie-Louise von Franz
O Si-mesmo (Self) só é real se, em cada
momento – pelo menos teoricamente,pois na realidade nunca se atinge esse
estágio – a pessoa estiver constantemente em ligação com ele, expressando-o
constantemente e sabendo o que é.
Portanto, pode-se afirmar que o Si-mesmo só se torna real quando é expresso nas ações da pessoa no espaço e no tempo. Antes de ter atingido esse estágio, ele não é inteiramente real, tornando-se então uma coisa movediça.
Portanto, pode-se afirmar que o Si-mesmo só se torna real quando é expresso nas ações da pessoa no espaço e no tempo. Antes de ter atingido esse estágio, ele não é inteiramente real, tornando-se então uma coisa movediça.
Por exemplo: o que está certo
hoje pode estar errado amanhã, sendo por isso que alguém que atingiu esse
estado de consciência será imprevisível e age sempre de modo diferente nas
mesmas situações. Hoje, a coisa é assim e a pessoa reagirá de uma maneira; amanhã
ocorrerá a mesma situação e a pessoa reagirá de forma diferente, e, portanto o
tempo adquire uma qualidade criativa; cada momento do tempo é uma possibilidade
criativa e não existem mais repetições.
Assim, quando o sol e a lua se
unem, começam simultaneamente a percorrer um ciclo que se relaciona com o
tempo, Isso é simbolizado na alquimia oriental através do processo da
circulação da luz; depois de ter descoberto a luz interna, ela começa a girar
por si mesma. Em o Segredo da Flor de
Ouro e na alquimia isto chama-se circulatio,
a rotação, e existem numerosos textos alquímicos diferentes, nos quais se diz
que a pedra filosofal tem que circular. Normalmente, isso está ligado ao
simbolismo do tempo, pois esses textos afirmam que a pedra filosofal tem que
atravessar o inverno, a primavera, o verão e o outono, ou tem que passar por
todas as horas do dia e da noite. Ela tem que circular por todas as qualidades
e todos os elementos, ou tem que ir da terra para o céu e voltar de novo à
terra.
Está sempre presente a idéia de que, depois de ter sido produzida, ela
começa a circular.
Psicologicamente, isso significa
que o Si-mesmo começa a se manifestar no espaço e no tempo, que não se converte
em algo num certo momento com um retorno subseqüente ao modo de vida anterior
do indivíduo, mas, ao contrário, tem efeito imediato sobre a vida toda;
portanto, ação e reação estão constantemente de acordo com o Si-mesmo, real e
manifesto em seus próprios movimentos.
A pedra, ou a nova luz, o Si-mesmo, pode mover-se. Naturalmente, temos de prestar atenção nele mas, se assim fizermos, ele poderá movimentar-se e produzir movimentos autônomos.
A pedra, ou a nova luz, o Si-mesmo, pode mover-se. Naturalmente, temos de prestar atenção nele mas, se assim fizermos, ele poderá movimentar-se e produzir movimentos autônomos.
Do livro: ALQUIMIA: Introdução ao Simbolismo e à Psicologia
Editora Cultrix pg 144
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