58 anos da morte de Carl G. Jung


Seis de junho de 2019: 58 anos sem e com JUNG

Tereza Kawall
Há exatos 58 anos, partia desse mundo um espírito iluminado.
Para mim, o mestre, o sábio de Zurich, Carl G. Jung foi e sempre será como um farol a brilhar em noites escuras. Em meio às tempestades ou em mares pacíficos lá está ele, sempre nos direcionando no decifrar das riquezas, sombras, mistérios ou possíveis naufrágios da psique humana. Na duríssima tarefa de integração do Bem e do Mal dentro dos nossos corações.

Vejo nas fotos desse homem altivez, curiosidade, melancolia, curiosidade, inquietação. Vejo um amor profundo pela alma humana, pelo sofrimento dos homens, que ele tão bem soube “escanear” com sua inteligência e sensibilidades ímpares.

Vejo nelas o seu amor pelos livros, pela cultura de nossos antepassados, que mergulharam no mundo simbólico, sagrado, mágico e esotérico. Homens que há milênios iluminaram o caminho de seus semelhantes com a construção de um tipo de saber que pudesse trazer consolo, motivação ou significado para as suas existências. Adentrando esses conhecimentos, Jung atravessou os desertos da solidão e da incompreensão, uma vez que em sua época eles eram tidos como não científicos, obscuros ou mesmo inúteis. Mas sua disposição para a pesquisa, e sua obstinação com a verdade de revelações advindas do mundo dos símbolos e do inconsciente foram realmente extraordinárias.

Vejo em suas fotos humor, ironia, sagacidade, uma força solar, a centelha da criatividade que construiu uma teoria fascinante, cujos princípios teóricos ecoaram tanto no Oriente quanto no Ocidente, e assim mobilizando a atenção e o interesse de estudiosos em várias áreas do saber. Em suas cartas vemos uma grande disponibilidade afetiva e intelectual para ouvir e dialogar com todos, compartilhando suas experiências, descobertas ou dúvidas, esparramando generosamente, para quem quisesse, a preciosidade de suas experiências tanto pessoais  quanto profissionais.
                                                                                                                               
“Ao estudar intensamente a religiosidade humana, a Alquimia, a Astrologia, a mitologia, o   I Ching e as chamadas ciências herméticas, Jung imprimiu mais humanidade à sua forma de fazer ciência. Jung fez severas críticas à sociedade contemporânea, à massificação e à uniformidade que produzem a mediocridade no homem. Na sua visão, o culto da “Deusa Razão” causou a fragmentação do conhecimento em detrimento da alma e da subjetividade do homem, afastando-o de seu mundo mítico e divino”.(*)

Sua mente aberta e perspicaz alcançou altíssimos níveis de percepção e de sabedoria a respeito do homem, de um cosmos inteligível, da espiritualidade e de Deus. Não por acaso, na entrada de sua casa em Küsnacht vemos a inscrição: “Vocatus atque non vocatus, Deus aderit”, que quer dizer “Invocado ou não, Deus está presente”.

Creio que só entenderemos o “ tamanho” de Carl G. Jung neste atual século XXI. Suas idéias e sua obra atravessarão gerações, dada a sua dimensão filosófica, universal, arquetípica e espiritual, de que tanto precisamos avançar em direção a um processo evolutivo e, sobretudo, em direção a nós mesmos.

(*) Livro: Astrologia - Os doze portais mágicos, editora Talento, São Paulo.
 Signo de Leão escrito por Tereza Kawall.


                                                             


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