O FAROL
O FAROL
Tereza Kawall
A imagem de um farol sempre nos remete aos símbolos que
habitam nossa alma.
Um farol é uma espécie de inspiração para o viver,
Para as inexoráveis turbulências que nos alcançam ao longo
da vida,
Quando o mar das emoções se agita, as ondas sobem e descem
em vagalhões
Por vezes nos deixam sem fôlego e ou direção.
Quem nunca ficou a deriva de si mesmo, ou não se afogou
nessas tempestades psíquicas?
Mas o farol lá permanece,
Firme e aparentemente indiferente às intempéries externas e
internas.
Altivo e resiliente, bem sabe que tudo é passageiro ou circunstancial,
Pois uma hora os ventos irão se dissipar, as correntes
marítimas serão apaziguadas,
O oceano retomará suas ondulações mais suaves
E sobre seu imenso verde-azul, o dia amanhecerá.
Estar em conexão com esse farol interno é ter uma genuína
certeza,
De que por mais escuras que sejam as noites,
O sol sempre estará a caminho, iluminando nossa psique,
Relativizando as inquietações noturnas.
Poderia dizer que a matéria prima deste farol é a própria
fé,
Mas é provável que isto soe um pouco místico e idealista demais.
Então eu tentaria salpicar essa fé com alguns condimentos
Tais como a esperança, o otimismo e a entrega.
Ainda assim não me convenço muito desses pressupostos
anímicos
Para encontrar uma definição melhor.
O farol para mim é, sobretudo, a altivez do espírito
Com a qual se atravessa uma tempestade
È também a visão do alto e de longo alcance, que nos permite
ver tudo e todos
Dentro da perspectiva de que todos
os fenômenos, sejam eles celestiais ou infernais
São um longo e contínuo processo
de aperfeiçoamento da nossa consciência
Para melhor realizarmos essa
grande aventura chamada VIDA
E assim, continuamos a travessia
das águas,
Mesmo sem saber aonde exatamente
ela nos levará.
28/04/2017
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