MITO DA CRIAÇÃO

Satã observando Adão e Eva, por William Blake.

Toda criação brota de uma plenitude. Os deuses criam por um excesso de poder, por um transbordar de energia. A criação se faz por um acréscimo de substância ontológica. É por isso que o mito que conta a manifestação vitoriosa de uma plenitude de ser, torna-se o modelo exemplar de todas as atividades humanas: só ele revela o real, o superabundante, o eficaz. 
A função mais importante do mito é “fixar” os modelos exemplares de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas: alimentação, sexualidade, trabalho, educação etc. Comportando-se como ser humano plenamente responsável, o homem imita os gestos exemplares dos deuses, repete suas ações, quer se trate de uma simples função fisiológica, como a alimentação, quer de uma atividade social, econômica, cultural, militar etc.
Mircéa Eliade, O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
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