JUNG , O DESBRAVADOR DA PSIQUE
Laurens van der Post, escritor
sul-africano e herói de guerra, tornou-se amigo íntimo de Carl G. Jung, freqüentava
sua casa e trocavam idéias a respeito da vida, pessoas e sobre a obra do mestre
de Zurique.
“ Não posso nem alimentar a
pretensão de ser junguiano no único sentido que, acredito, lhe teria valido a
aprovação do termo, isto é, relacionado a alguém que praticou ou ensinou a psicologia analítica que ele
liderou. Sei que Jung o rejeitou quando
usado em qualquer escala mais ampla, especialmente como um rótulo por parte de discípulos,
tendo externado suas objeções repetidas vezes com o desembaraço verbal que lhe
era peculiar. Não gostava da idéia de ter discípulos ou seguidores cegos, e nem
mesmo uma escola, e, em sua velhice concordou relutantemente com a criação do
Instituto Carl G. Jung, em Zurique, para os estudos ligados ao seu próprio
enfoque de psicologia. Recordo-me bem quando afirmou que o Instituto vingaria
caso não extrapolasse os objetivos para os quais fora criado no lapso de uma
geração.
Jung, acima de tudo, tinha profunda aversão aos ismos, e o adjetivo ' junguiano" quer tão facilmente poderia converter-se em "junguianismo", era descartado pelos seus próprio discípulos de psicologia. " Não quero que ninguém seja junguiano", afirmava-me. " Quero que as pessoas sejam, sobretudo, elas mesmas. Os ismos são os vírus de nossa época, responsáveis por desgraças maiores do que aquelas causadas por qualquer praga ou peste medieval. Se um dia descobrir que criei outro ismo, então terei fracassado naquilo que procurei fazer".
Atualmente, o mundo o considera quase exclusivamente psicologo e psiquiatra. Entretanto, por maior e mais original que tenha sido a sua contribuição profissional, e por mais incomparável que tenha sido o seu talento em curar pessoas psicologicamente doentes, creio que sua importância em relação ao chamado homem normal e suas sociedades sejam bem mais ampla".
Jung, acima de tudo, tinha profunda aversão aos ismos, e o adjetivo ' junguiano" quer tão facilmente poderia converter-se em "junguianismo", era descartado pelos seus próprio discípulos de psicologia. " Não quero que ninguém seja junguiano", afirmava-me. " Quero que as pessoas sejam, sobretudo, elas mesmas. Os ismos são os vírus de nossa época, responsáveis por desgraças maiores do que aquelas causadas por qualquer praga ou peste medieval. Se um dia descobrir que criei outro ismo, então terei fracassado naquilo que procurei fazer".
Atualmente, o mundo o considera quase exclusivamente psicologo e psiquiatra. Entretanto, por maior e mais original que tenha sido a sua contribuição profissional, e por mais incomparável que tenha sido o seu talento em curar pessoas psicologicamente doentes, creio que sua importância em relação ao chamado homem normal e suas sociedades sejam bem mais ampla".
...“a psicologia e sua aplicação
eram o meio no qual trabalhava, o que o levou primeiramente à descoberta, e
posteriormente à exploração de um mundo novo dentro do espírito humano que é
maior e, em minha opinião, muito mais significativo para a vida na terra do que
o mundo externo que Colombo descobriu”.
Laurens van der Post no livro :
Jung e a história de nosso tempo
Editora Civilização Brasileira, 1992,
RJ
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