Postagens

Mostrando postagens de 2016

ABRINDO CAMINHOS

Imagem
À beira do lago de Zurich, Jung construiu uma casa, a torre de Bollingen. Lá o sábio médico e psiquiatra gostava de conversar com as panelas, caminhar, cortar lenha, velejar, pintar murais e esculpir em pedras. Desde sua infancia, ele nutria uma forte conexão com o elemento pedra. Esculpiu  algumas pedras que ficavam no jardim com inscrições em grego e latim. Aqui vemos, numa pedra em forma de cubo, entendida por ele como a pedra filosofal,  o símbolo do processo de individuação.  O Lápis Philosophorum, dos alqumistas. Nela vemos um círculo como um olho, e dentro dela um homúnculo, que seria Telesphorus de Asclépio, considerado um deus da cura na região da Ásia Menor. Segundo Jung, era ele quem abria o caminho para as portas do Sol e à terra do Sonhos. em sua figura temos o símbolo de Mercúrio, e ao redor dele temos uma mandala com sua quaternidade esculpida com os símbolos astrológicos relacionados à Jupiter, Marte, Vênus e Saturno. Nas laterais vemos os símbolos d

A QUADRATURA DO CÍRCULO

Imagem
Por Etienne Perrot " O homem moderno muito frequentemente vive "nas alturas".  Falta-lhe o contato com sua terra interior. Quando se establece esse contato, o centro da consciencia se desloca, produzindo  o que certos ensinamentos espirituais denominam " a descida da cabeça ao coração". É a operação alquímica da "quadratura do círculo", um dos nomes do início da obra. O círculo é o ceú; o quadrado é a terra. O círculo transformado em quadrado é o " céu terrestre". Muitas mandalas representam precisamente um círculo inscrito num quadrado. A coincidência de dois planos faz nascer em nós  um sentimento de fecundidade.  Do inconsceinte sobem forças que renovam nossa vida sem cessar, impedindo a esclerose  do hábito. Aí  estão o "rio da vida" e a " árvore da vida" também denominada " árvore filosófica". Publicado na Planeta Especial de 1975, centenário do nascimento de Carl G Jung.

IMPRESSÃO CELESTIAL

Imagem
Por Tereza Kawall O mapa natal astrológico é a nossa "impressão celestial", unica e intransferível, nossa sina e nosso destino, aquilo que somos e o que não somos. Dito de outro modo, é a vida que nos vive.  O rio que passa sob ou sobre a ponte.  O calor do Sol que nos aquece, e o frio da Lua que nos protege do Sol durante a noite.  O fácil e o difícil.  O que é intransponível e o que se transforma com o passar dos anos em superação.  O suor da pele e o sangue  que percorre as veias. A dualidade inexorável do bem e do mal, que habita cada célula do nosso corpo e cada átomo de nossa mente.  Poeira cósmica que somos, Ora importantes, ora insignificantes. Cada simbolo astrológico aponta e contém infinitas possibilidades de entendimento de uma mesma coisa. Para mim, a interpretação mais  "correta' é aquela que nasce no coração, que muito sabe pensar, avaliar e prospectar algo que só a razão não é capaz. Não há um só dia em que não me encante  com a ri

SIMBOLISMO DOS CONTOS DE FADA

Imagem
“Os  antigos contos de fadas, que nos são narrados por seus intérpretes modernos, Bruno Bettelheim, Robert Bly, Joseph Campbell e Clarissa Spinkola, são mapas antigos que oferecem a sua própria orientação para o completo desenvolvimento dos seres humanos. A sabedoria desses contos que chegam aos nossos dias vem de uma época anterior à escrita, e eles foram narrados no crepúsculo e na escuridão, ao redor de fogueiras, por milhares de anos. Embora por si mesmos sejam histórias cativantes e envolventes, também simbolizam, em grande parte, dramas com os quais nos deparamos quando buscamos plenitude, felicidade e paz.  Os reis e as rainhas, príncipes e princesas, anões e feiticeiras não são personagens meramente “ lá de fora”. Nós os conhecemos intuitivamente como aspectos de nossa própria psique, parte do nosso próprio ser, tateando na busca da satisfação. Nós abrigamos o ogro e a bruxa, e eles têm que ser encarados e aceitos ou vão nos consumir ( nos devorar). Os contos de fadas s

ECKHART TOLLE - BUDA

Imagem
Por Eckhart Tolle “A realidade duplicada no universo, que consiste em objetos e espaço – materialidade e imaterialidade-, é igual à nossa. Uma vida humana sadia, equilibrada e produtiva é uma dança entre as duas dimensões que constituem a realidade: forma e espaço. A maioria das pessoas se identifica tanto com a dimensão da forma, com as percepções sensoriais, com os pensamentos e com as emoções, que a parte oculta essencial quase desaparece da sua vida. A identificação com a forma as mantém presas ao ego. Aquilo sobre o que pensamos a respeito, vamos, ouvimos, sentimos ou tocamos é apenas a metade da realidade, por assim dizer. É a forma. Nos ensinamentos de Jesus, isso é chamado simplesmente de  “o mundo” enquanto a outra dimensão é o reino do Céus ou vida eterna”. Assim como o espaço permite que todas as coisas existam e assim como não poderia haver som sem silencio, nós não existiríamos sem a dimensão essencial se forma que é a nossa essência. Poderíamos chamá-la d

OS SÍMBOLOS NÃO MORREM

Imagem
" Nossa psique está profundamente conturbada pela perda dos valores morais e espirituais. Sofre de desorientação, confusão e medo, porque pées forces" dominantes e que até agora mantiveram em rdem nossa vida. Nossa consciencia já não é capaz de integrar o afluxo natural dos epifenomenos instintivos que sustentam nossa atividade psíquica consciente. Isto já não é possível como antigamente, porque a própria consciencia se privou dos orgãos pelos quais poderiam ser integradas as contribuições auxiliares dos instintos e do inconsciente. Esses orgãos eram os símbolos luminosos, considerados sagrados pelo consenso comum, isto é, pela fé. Um conceito como matéria física, despido de sua conotação numinosa de " Grande Mãe" já não expressa o forte sentido emocional de " Mãe Terra". É um simples termo intelectual, seco qual pó e totalmente inumano. Da mesma forma, o espírito  identificado com o intelecto cessa de ser o Pai de tudo e degenera para a compreensão

PASSAGENS....JEAN-YVES LELOUP

Imagem
Por Jean-Yves Leloup Sede passantes Este tema da passagem é o tema da Páscoa. Pessah em hebraico, quer dizer passagem. A passagem, no rio, de uma margem à outra margem, a passagem de um pensamento a outro pensamento, a passagem de um estado de consciência a outro estado de consciência. A passagem de um modo de vida a um outro modo de vida. Somos passageiros. A vida é uma ponte e, como diziam os antigos, não se constrói sua casa sobre uma ponte. Temos que manter, ao mesmo tempo, as duas margens do rio, a matéria e o espírito, o céu e a terra, o masculino e o feminino e fazer a ponte entre estas nossas diferentes partes, sabendo que estamos de passagem. É importante lembrar-se do carácter passageiro de nossa existência, da impermanência de todas as coisas, pois o sofrimento geralmente é de querermos fazer durar o que não foi feito para durar. A grande páscoa é a passagem desta vida mortal para a vida eterna, é a abertura do coração humano ao coração divino

SÍMBOLOS DO SOL E DO OURO NA ALQUIMIA E ASTROLOGIA

Imagem
Por Tereza Kawall Do ponto de vista dos alquimistas, o ouro físico e o ouro psíquico eram a mesma coisa e eles não estavam interessados no “ouro vulgar”, mas sim, no “ouro filosófico”. As diferentes fases do processo alquímico tinham uma relação direta com as posições planetárias, uma vez que as duas formas de conhecimento estava baseadas naquilo que hoje entendemos como o “ princípio das correspondências” e do “ tempo qualitativo”. Os metais transformados tinham a mesma substância ou o mesmo principio vibratório e energético dos planetas, e havia o tempo certo para as coisas acontecerem. O Sol astrológico é o símbolo maior da identidade pessoal, da essência criativa que se manifesta na vontade humana, o esforço do homem em tornar-se o que é, e encontrar um propósito para a vida. O pressuposto alquímico é que o Sol, simbolizado pelo ouro, é a própria imagem de Deus, assim como o coração é a imagem do sol no homem. O ouro é o símbolo solar por excelência, a revelação do plano

OS QUATRO TIPOS PSICOLÓGICOS DE JUNG

Imagem
OS QUATRO TIPOS PSICOLÓGICOS (2) “ Quando JUNG publicou “ Tipos psicológicos”, em 1921, Freud foi um dos primeiro s ler – e rejeitá-lo como “ a obra de um esnobe e místico, nenhuma idéia nova(...) Não há grande dano a se esperar desse lado”. O livro é, com Freud também notou, “ enorme, com 700 páginas”. A principal objeção que ele levantou era que JUNG ainda estava insistindo, como fizera desde a publicação de “Símbolos da Transformação”, em 1913, que não poderia haver “ verdade objetiva” na psicologia, por causa das “ diferenças pessoais na constituição do observador”, ou, como JUNG agora a definia, na “ tipologia”. Jung escrevera Tipos Psicológicos pensando na primazia do sexo, para Freud, e do poder, para Adler, e expressou com avidez suas diferenças em relação a ambos. Num sentido muito real, a gênese do livro ocorreu em torno de 1913, quando Jung se separou da ortodoxia freudiana; é razoável dizer que a obra inteira, até a publicação de 1921, pode ser lida como obser

OS TIPOS PSICOLÓGICOS (1)

Imagem
OS QUATRO TIPOS PSICOLÓGICOS Por Tereza Kawall O livro “ Tipos psicológicos” foi lançado no ano de 1921. No prólogo encontramos as palavras do próprio Jung: “ Este livro é fruto de quase vinte anos de trabalho no campo de psicologia prática. Foi surgindo aos poucos no plano mental: às vezes,das inúmeras impressões e experiências que obtive na práxis psiquiátrica e no tratamento de doenças nervosas; outras vezes, do relacionamento com pessoas e de todas as classes sociais; de discussões pessoais com amigos e inimigos, e, finalmente, da crítica às minhas próprias idiossincrasias psicológicas”. Segundo Jung, “toda maneira de ver é relativa e todo julgamento de um homem é limitado de antemão pelo seu tipo de personalidade”. Na visão da psicologia analítica, a psique tem alguns modos básicos de funcionamento. Os conceitos junguianos de extroversão e introversão baseiam-se no movimento da libido em relação ao objeto. Por libido entenda-se que estamos falando da energia psíqui

SÍMBOLOS DO SOL E DA ÁGUA : FONTES DA VIDA

Imagem
Foto de Clark Little Sobre imagens do Sol e da água escreveu Carl G. Jung: ...“Para isto, devemos nos reportar, mais uma vez ainda, à série de símbolos de que já tratamos, mas desta vez levando em conta o seu significado. O sol, que encabeça a série, é a fonte do calor e da luz e o centro inegável de nosso mundo visível. Por isso, como dispensador da vida, ele tem sido, por assim dizer, em todos os tempos, e em todos os lugares, ou a divindade em pessoa, ou, pelo menos uma de suas imagens. Até mesmo no universo das representações cristãs é uma alegoria muito difundida de Cristo. Uma segunda fonte da vida é, particularmente nos países meridionais, a água que, como se sabe, desempenha um papel de importância na alegoria cristã, como, por exemplo, na figura dos quatro rios do paraíso e da fonte que jorra  ao lado do monte do templo. Essa última foi comparada com o sangue que saiu da chaga de Cristo na cruz. Neste contexto quero lembrar o diálogo de Cristo com a Samaritan