TRÂNSITOS E PROGRESSÕES: POR DANE RUDHYAR




“O que nos acontece é o que precisamos que nos aconteça. Conforme vamos vivendo e experimentando, nós nos relacionamos com homens, com coletividades e com um universo dinâmico e impessoal. Encontramos correntes, ressacas e marés históricas. Elas se movem de acordo com vastos ritmos sociais e cósmicos. Como rádios sintonizados neste ou naquele comprimento de onda, experimentamos essas ondas históricas em conformidade com nossa capacidade de reagir a elas – nossa seletividade.



Os “aspectos progredidos” formados pelos nossos planetas indicam mudanças na sintonia e nos nossos modos de reação. Mas só podemos captar com nossos aparelhos receptores o que está lá”.


...”Conforme iremos ver agora, as progressões tratam, teoricamente da maneira como nos sintonizamos com vários comprimentos de onda da experiência e criamos nossas oportunidades, enquanto os transito s se referem principalmente aos impactos do mundo exterior sobre nós- isto é, às realizações que nos são impostas pela nossa participação nos vários grupos, privados ou públicos, aos quais voluntariamente aderimos (ou fomos compelidos a isso). Na prática, porém, os dois tipos de fatores astrológicos estão constantemente interligados. Não podemos separar seus efeitos, não mais do que podemos separar o fato de que agimos como pessoas totais, de acordo com um ritmo individual de crescimento ou desintegração, do fato de que agimos como partes de grupos e humanos e coletividades, que nos impulsionam e modelam, tenhamos ou não percepção disso”.


... “Um ser humano isolado representa um pequeno ciclo dentro de uma série interminável de ciclos muito maiores, concêntricos e excêntricos. Todos seles se influenciam mutuamente e se interpenetram. Nada está isolado. Nenhum organismo cresce num vácuo, do nascimento à morte, de semente a semente.


Tudo o que o astrólogo pode revelar , enquanto estuda o caso de um indivíduo, é a ocasião em que o ritmo do seu ciclo será modificado por mudanças orgânicas essenciais ou pelas conseqüências dele ter se relacionado ou se exposto, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente, às energias emanadas dos outros todos orgânicos maiores, dos quais se tornou uma parte”.


“ ... O astrólogo por meio de inúmeros fatores, poderá deduzir que uma crise no desenvolvimento do indivíduo irá ocorrer durante um certo ano – um pouco antes ou um pouco depois. Poderá avaliar com bastante exatidão o caráter básico da crise, e necessidade humana que focalizará e o tipo geral de atividades individuais e de circunstâncias que nela estarão envolvidas. O que não poderá predizer são os acontecimentos exatos que colocarão a crise em foco, ou a maneira como o indivíduo reagirá ao seu desafio.


Toda crise é um desafio. Todo aspecto progredido ou transito é uma oportunidade para transformação, expansão ou purificação. É uma porta que se abre sobre o vasto oceano da vida e do inconsciente coletivo universal.


A principal tarefa da astrologia é nos ajudar a enfrentar o que chega a nós através dessa porta, e não a de especular a respeito de algumas de suas aberturas, ainda remotas, ainda irreconhecíveis. Cada passo `a frente – cada crise de crescimento- é uma perda de equilíbrio imediatamente neutralizada por um esforço para restaurá-lo. Se tentamos dar dois passos ao mesmo tempo, caímos.


O homem sensato sabe disso. Ele não se preocupa com os problemas que ainda não chegaram...Estudando a natureza e seus ciclos, ele se prepara enfrentar qualquer coisa que a natureza tenha lhe reservado, ou a qualquer outra pessoa com quem esteja relacionado. Ele aprende as leis da mudança; se recusa a se apegar às formas e a temer o desafio do que é novo.


Assim, ele também se recusa a se preocupar com o novo, que ainda não nasceu e que talvez nem sequer tenha sido concebido. Ele é sábio, porque está tão livre do futuro como do passado”.


Do livro: A prática da Astrologia como técnica da compreensão humana.

Autor: Dane Rudhyar

Editora Pensamento

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