Self e suas manifestações



Texto de Roberto Gambini


" Então, se alguém me pergunta à queima roupa: " De que modo o Self se manifesta em sua vida?, respondo: o Self se manifesta na minha vida inesperadamente, quando sinto um amor no coração, quando percebo em mim uma força de lutar contra as forças antivida; quando sei que há uma clareza em minha mente; quando olho para o mundo e parece que o entendo, ou entendo as pessoas; ou sinto uma conexão com inexplicáveis fios que a tudo unem num sutil tecido de sentido; aí o Self está se manifestando na minha ou na sua vida.


Mas pensando bem, para que usar esse estranho termo mal traduzido do alemão, " Self"?

Você pode chamar do que quiser, não faz diferença. Eu acho que isso é uma experiência humana eterna.

Provavelmente, os índios do Xingu sabem o que é isso. Na Antiguidade sabiam, no Oriente bramânico e budista sabiam. Jesus sabia. Krishnamurti sabia.


Nós somos feitos assim, a pérola se faz em nossa ostra. E prefiro - é uma questão de gosto - manter o vocabulário e a teorização nos nos termos do mais simples possível. Tendo sempre como referência uma experiência vivida e vivível.


Nada de hipostatizar, de postular, de dizer; " se você fizer assim e assado, você chegará lá" - porque fica parecendo que está todo mundo tentando subir a escadaria dos escolhidos e dos iniciados... daí você começa a beirar o misticismo, o esoterismo, a religião, a ascese, criando-se inevitavelmente uma tabela olímpica de colocações progressivas, segundo grau, terceiro, quarto, e desse ponto em diante já não somos mais cuidadores e pesquisadores da alma, mas roza-cruzes e maçons. Isso jamais!!


Do livro:
A Voz e o Tempo
Ateliê Editorial

Comentários

"...é uma experiência humana eterna."
Simples, objetivo e bem lúcido, sem buscar mais e mais denominações... Excelente! Tereza Querida, há um mimo para você em meu blog. Beijo. Afeto.

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