Sobre o sonhar
Foto de Leonardo Flach
.."Os primitivos, em geral, são menos orientados no sentido tecnológico e racional, tendo portanto uma visão mais natural da vida, da morte e da vida interior. Eles têm um relacionamento melhor com sua vida instintiva.
Nós nos tornamos assimetricamente intelectuais e portanto não nos relacionamos com nossos sonhos, ou então pensamos ao despertar que eles são bobos e absurdos. È a noss primeira impressão. O homem “ primitivo” que pensa mais simbolicamente e possui, via tradições tribais, um maior conhecimento mitológico e simbólico, tem uma relação melhor com seus sono, o que significa uma relação melhor com a sua vida interior, sua vida instintiva.
- Seria esse um aspecto do trabalho da analista na sociedade moderna, quer dizer, religar o indivíduo à sua própria vida interior instintiva?Sim. É por isso que na terapia junguiana oferecemos ao paciente a oportunidade estabelecer uma relação única que não é uma técnica terapêutica, mas um encontro pessoal. Por isso Jung dizia que ao encontrar o paciente devia-se esquecer todas as teorias psicológicas. O importante é encontrá-lo com o coração e a mente, como um ser humano único. Então, cada encontro é uma aventura e o sonho é esse encontro direto.
Dentre os milhares de sonhos que já interpretei, nunca vi dois iguais. O sonho é sempre único, e sempre vem no momento certo. É uma mensagem dos poderes do instinto, os poderes do inconsciente coletivo, uma mensagem que chega num momento preciso durante uma certa noite, dirigida especificamente para o sonhador.
Os alquimistas diriam que é uma mensagem do único para o único. Quer dizer, do centro divino da psique para o indivíduo único que vive uma situação única. É por isso que não se pode prever sonhos, Você não pode ir dormir e dizer: “ Talvez eu sonhe com isso ou aquilo”. Você sempre sonhará com outra coisa.
Na raiz do sonho há um mistério criativo que não temos como explicar racionalmente. É a mesma criatividade que criou aquilo que o homem jamais poderia ter inventado: as milhares de espécies de animais, flores e plantas que há na Terra.
Os sonhos são como flores e plantas.
São algo único, diante do que só podemos nos maravilhar”.
Do livro: O caminho dos sonhos
De Marie-Louise vonFranz, em conversa com Fraser Boa.
Editora Cultrix, 1988, SP.
Nós nos tornamos assimetricamente intelectuais e portanto não nos relacionamos com nossos sonhos, ou então pensamos ao despertar que eles são bobos e absurdos. È a noss primeira impressão. O homem “ primitivo” que pensa mais simbolicamente e possui, via tradições tribais, um maior conhecimento mitológico e simbólico, tem uma relação melhor com seus sono, o que significa uma relação melhor com a sua vida interior, sua vida instintiva.
- Seria esse um aspecto do trabalho da analista na sociedade moderna, quer dizer, religar o indivíduo à sua própria vida interior instintiva?Sim. É por isso que na terapia junguiana oferecemos ao paciente a oportunidade estabelecer uma relação única que não é uma técnica terapêutica, mas um encontro pessoal. Por isso Jung dizia que ao encontrar o paciente devia-se esquecer todas as teorias psicológicas. O importante é encontrá-lo com o coração e a mente, como um ser humano único. Então, cada encontro é uma aventura e o sonho é esse encontro direto.
Dentre os milhares de sonhos que já interpretei, nunca vi dois iguais. O sonho é sempre único, e sempre vem no momento certo. É uma mensagem dos poderes do instinto, os poderes do inconsciente coletivo, uma mensagem que chega num momento preciso durante uma certa noite, dirigida especificamente para o sonhador.
Os alquimistas diriam que é uma mensagem do único para o único. Quer dizer, do centro divino da psique para o indivíduo único que vive uma situação única. É por isso que não se pode prever sonhos, Você não pode ir dormir e dizer: “ Talvez eu sonhe com isso ou aquilo”. Você sempre sonhará com outra coisa.
Na raiz do sonho há um mistério criativo que não temos como explicar racionalmente. É a mesma criatividade que criou aquilo que o homem jamais poderia ter inventado: as milhares de espécies de animais, flores e plantas que há na Terra.
Os sonhos são como flores e plantas.
São algo único, diante do que só podemos nos maravilhar”.
Do livro: O caminho dos sonhos
De Marie-Louise vonFranz, em conversa com Fraser Boa.
Editora Cultrix, 1988, SP.
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