São Francisco de Assis

















Por Leonardo Boff“Qual é a novidade de Francisco?
Ele parte da tradição já internalizada faz essa experiência : se nós somos filhos, então somos irmãos.Francisco viu na só a relação vertical ( ser humano – Filho – Pai), mas viu também pelos lados, em uma relação horizontal. Os filhos juntos são irmãos e irmãs. Essa é a novidades espiritual em Francisco. Francisco não deduz isso racionalmente. Ele vive a filiação como experiência, como uma comoção do coração. Vive a experiência do irmão e universaliza esta experiência. Se todos vêm de Deus e todos são filhos, todos os irmãos, o sol, a lua, as árvores, as rochas, cada um é irmão”.

“ O ser humano é um nó de relações voltado em todas as direções – para cima, para o sonho; para o alto, para Deus, para dentro de si, para o seu coração, para os lados,para irmãos e irmãs; para baixo, para a terra, para a natureza.
Relações em todas as direções. E o ser humano só se realiza, ele se agiliza, se ele articula as relações. Se corta as relações, ele empobrece. Então eu diria que esta antropologia é pan-relacional, é uma antropologia ecológica.

No âmbito dessa antropologia se move São Francisco. Não é preciso ser um nó de relações, mas é preciso ser um nó de relações cordiais. A cordialidade é fundamental para São Francisco, em que tudo é amarrado no coração. Por isso, é carisma, é comoção, é vibração, é entusiasmo, é abraço, é confraternização com todo o mundo em uma antropologia de relação, pan-relacional, de cordialidade para com todos os seres.

Uma antropologia que sabe sentir o coração das coisas. Os textos dizem que Francisco sentia o coração íntimo das coisas Isso tem um sentido bíblico e um sentido profundamente oriental. As coisas têm coração porque tem identidade. Então poder sentir o coração do outro, é afinar-se, entrar nesta sintonia com ele, é viver a fraternidade universal.
É tornar-se árvore, pedra, oceano, estrela. Não é a estrela estar lá e você aqui. É você virar estrela, tornar-se sol, transformar-se em lua. É você ter a união mística, a fusão mística com essa realidade”.

“ Uma democracia cósmica, incluindo nela outros cidadãos; as plantas, os animais, as rochas, as águas, o sol, a lua, as estrelas. Imaginem o que seria das cidades se não houvessem as plantas? Se não existissem o passarinhos, as nuvens, e uma atmosfera pura para respirarmos? Não seria um cidade humana.
Estes novos cidadãos participam do nosso convívio, devem ser respeitados, tem direito a viver. São Francisco já intuíra as legislações para a defesa dos animais e das plantas”.

Do livro: Terapeutas do deserto
Jean -Yves Leloup e Leonardo Boff
Editora Vozes.

Comentários

Maria Tereza disse…
Olá Tereza,

Seu blog é maravilhoso. Parabéns.

Ontem estava assistindo o filme "Profecia Celestina", onde em certa cena alguém fala sobre São Francisco e como ele vivenciava esta unidade.
Pra quem nunca viu o filme ou leu o livro, deixo minha sugestão p/ q o faça.
Permita-me usar seu texto no meu blog...

Dia doce e sereno p/ vc e todos q passarem por aqui.

Bj

Maria Tereza
Unknown disse…
Amei querida,
Obrigada por compartilhar!
Beijos.
Tereza, minha querida amiga, "sentir o coração das coisas", fazer parte da teia da vida "com cordialidade", é a essência da integração individual e coletiva. Isto tudo gera uma emoção expandida, uma experiência única. Vi neste texto, traduzida em palavras, a emoção que senti quando contemplei aquelas árvores no pps que você me enviou. Senti a Vida que pulsava em cada uma delas e me sensibilizava internamente. Que linda inspiralçao em sua escolha deste texto! As imagens são divinas! Grata por este compartilhar! Um domingo maravilhoso. Beijo Afetuoso.
Dom disse…
Superb images !!!
Celia disse…
Oi Tereza,

Seu blog e maravilhoso!
Como você.

Saudades!



Celia e Mila

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