Alma, Ainda e Sempre

Roberto Gambini, analista junguiano, autor de " A Voz e o Tempo".
"Há portanto muito o que conhecer, há muitas ilusões e fantasias de que é preciso nos livrarmos , e voltemos ao princípio: todo esse trabalho, toda essa aventura, todo esse gasto- porque o paciente gasta muito dinheiro, e o terapeuta se gasta- é feito em nome de se buscar uma evolução para o simples ser humano que somos, para que possamos viver com mais profundidade e atuar no mundo com o que possivelmente de melhor tenhamos, para que possamos fazer uma pequena diferença nisso que nos cerca, sem arrogância, heroísmo ou superioridade, dando assim consistência empírica a essa experiência que chamamos alma. E o nome, afinal, não importa tanto assim - pode-se até adotar outro. Troca-se o nome, mas há uma dimensão sutil, uma experiência chamada alma.E ao dizer isso, ouço dentro de mim uma voz de alerta, de que até a palavra ' alma' está se banalizando. Círculos de discussão há em que o tema virou feijão-com-arroz: tudo é alma, tudo vale se feito em seu nome. Dessas discussões resulta um palavrório imponente, quase um tópico literário. Para mim, a alma não é um assunto leve: seu âmbito é grave e pouco verbalizável, caso contrário o ouro em pó é varrido pelo vento".
Extraído do livro: A Voz e o Tempo - Reflexões para jovens terapeutas.
Ateliê Editorial, são Paulo, 2008.

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