ALQUIMIA E A INTEGRAÇÃO DOS OPOSTOS
“Para que os ramos de uma árvore
cheguem ao céu
Suas raízes precisam chegar ao inferno”
Máxima alquímica medieval
“Os componentes básicos da
alquimia são considerados como provas de que a natureza é composta de elementos
primários, de que há uma evolução e transformação graduais da substancia
existente na natureza, de que existem sistemas que podem ser utilizados para
incitar e induzir essa transformação, de que existe aí uma interação entre o
ser interior do individuo e os acontecimentos alquímicos ocorridos durante uma
experiência, de que o conhecimento do sistema de correspondências entre
planetas, ervas, minerais, animais e partes corpóreas (conhecido como a
Doutrina das Correspondências) é vital para o trabalho, e de que o objetivo
final é chegar à origem de uma essência espiritual que se acredita existir na
matéria e que às vezes é denominada Pedra do Filósofo, ou Pedra Filosofal. Além
do mais, o método utilizava pares de opostos complementares ( sol/lua, ouro/prata/enxofre/mercúrio, rei/rainha,masculino/feminino,marido/noiva, Cristo/homem) para chegar até a integração
desses opostos no símbolo decisivo de reconciliação do conflito
interior/exterior. Os elementos espirituais e ctônicos estavam
(...) unidos com a quintessência
azul, ou com a anima mundi, extraída
da matéria inerte..(...) isto é, o homem consciente total é confiado ao
Si-mesmo, que se torna o novo centro da personalidade em substituição ao eu
atuante até agora...(...) O filium
macrocosmi, o filho dos grandes luminares e do seio escuro da Terra, se
porta no domínio do psíquico e arrebata a personalidade humana não apenas na
altura luminosa da consciência espiritual, mas também nas profundezas escuras,
que até agora não haviam ainda compreendido a luz..”
JUNG OC, 14/2 par 364
Texto de Irene Gad, do livro "Tarot
e Individuação", editora Mandarim, 1996.
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