SÍMBOLOS NA ASTROLOGIA
“A Astrologia incorpora uma
sabedoria antiga que propõe a interligação de todas as formas de vida,
desafiando assim as modernas tendências à separação, ao excesso de
especialização e à fragmentação. Ela oferece-nos uma rica linguagem simbólica, a
qual nos põe em contato mais profundo e imediato como nosso mundo e nosso
próprio “eu”. Por isso, a Astrologia –com seu poderoso simbolismo evocativo e
séculos de experiência humana- tem muito a oferecer para a reafirmação de uma
visão holística da vida e da natureza humana”.
“O que torna a astrologia única é
a riqueza, a profundidade e a fluidez de sua base simbólica; cada símbolo evoca
uma ampla gama de associações, enquanto mantém seu núcleo essencial. Essa é a
natureza dos símbolos. Apesar do método das “palavras-chave” oferecer um ponto
de partida par se começar a penetrar nesse - aparentemente- vasto território, é
importante identificar as limitações e armadilhas presentes em qualquer
tentativa de definir e categorizar aquilo que, por natureza, é incompreensível.
Os símbolos planetários propiciam um caminho para a compreensão dos processos
vitais, das forças ou deuses que vivem em nós, do nível da realidade
arquetípica, das misteriosas profundezas de nosso ser que sempre escaparão do
alcance da mente racional. Imagens e símbolos são a linguagem natural da psique e exercem um
impacto emocional tal, que pode nos despertar para uma nova vida”.
“Trabalhar com o simbolismo
astrológico estimula nossa capacidade de criação de símbolos, fazendo com que
sejamos mais capazes de captar os paradoxos e ambigüidades da vida, de
construirmos uma ponte entre o conhecido e o desconhecido, de recomeçarmos a
sondar o misterioso reino da psique. Jung dá à criação de símbolos o nome de “função
transcendente”, pois ela nos permite realizar a transição de um estágio para
outro na vida – os trânsitos e progressões da astrologia. Ele sustenta que o
conflito não pode ser resolvido no sentido racional, sendo apenas ultrapassado,
algo que envolve abraçar e segurar a tensão, a dor e a vulnerabilidade de não
saber, até que alguma coisa cede e ocorre a transformação, como se fosse um
processo químico. Com efeito, ele percebeu que, em épocas de conflito, a psique
tende a evocar símbolos unificadores que atuam como veículos transformadores de
energia.”
“ Portanto, nos momentos de
impasse da vida, quando fracassam todos os esforços da vontade e nos sentimos
frustrados e impotentes, que o poder transformador dos símbolos pode se fazer
sentir”.
Christine Valentine
Imagens da Psique, Editora
Siciliano,1994, São Paulo.
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