Estrelas à luz do dia
Roda do Dharma Budista em Lhasa, capital do Tibet.
Por Sogyal Rinpoche
Extraído do livro: O livro tibetano do viver e do morrer
Editora Talento
Por Sogyal Rinpoche
"A qualidade de vida no reino dos deuses pode parecer superior à nossa, mas os mestres nos dizem que a vida humana é infinitamente mais valiosa. Por quê? Devido ao preciso fato de que dispomos de consciência e inteligência, que são a matéria-prima da iluminação, e, porque o real sofrimento que permeia este reino humano é em si a espora da transformação espiritual.
Dor, aflição, perda incessante frustração de todo o tipo acontecem com um propósito real e dramático: despertar-nos, tornar-nos capazes e quase forçar-nos a romper o ciclo do samsara e assim libertar nosso esplendor aprisionado.
Todas as tradições espirituais enfatizaram que esta vida humana é única, e tem um potencial que geralmente não conseguimos nem mesmo começar a imaginar. Se perdermos a oportunidade que esta vida oferece de nos transformarmos, dizem os mestres, pode muito bem ser que passe um longo tempo antes que tenhamos outra.
Imagine uma tartaruga cega vagando nas profundezas de um oceano do tamanho do universo. Na superfície bóia uma argola de madeira, levada para lá e para cá ao sabor das ondas. A cada cem anos a tartaruga emerge uma vez na superfície.
Nascer como um ser humano, dizem os budistas, é mais difícil do que esta tartaruga vir à tona e ao acaso enfiar o seu pescoço na argola de madeira.
E mesmo dentre aqueles que têm um nascimento humano, segundo se diz, os que têm a felicidade de se ligarem aos ensinamentos são raros; e os que de fato levam os ensinamentos ao coração e os incorporam em suas ações são ainda mais raros.
Tão raros na verdade, como “ estrelas em plena luz do dia”.
Dor, aflição, perda incessante frustração de todo o tipo acontecem com um propósito real e dramático: despertar-nos, tornar-nos capazes e quase forçar-nos a romper o ciclo do samsara e assim libertar nosso esplendor aprisionado.
Todas as tradições espirituais enfatizaram que esta vida humana é única, e tem um potencial que geralmente não conseguimos nem mesmo começar a imaginar. Se perdermos a oportunidade que esta vida oferece de nos transformarmos, dizem os mestres, pode muito bem ser que passe um longo tempo antes que tenhamos outra.
Imagine uma tartaruga cega vagando nas profundezas de um oceano do tamanho do universo. Na superfície bóia uma argola de madeira, levada para lá e para cá ao sabor das ondas. A cada cem anos a tartaruga emerge uma vez na superfície.
Nascer como um ser humano, dizem os budistas, é mais difícil do que esta tartaruga vir à tona e ao acaso enfiar o seu pescoço na argola de madeira.
E mesmo dentre aqueles que têm um nascimento humano, segundo se diz, os que têm a felicidade de se ligarem aos ensinamentos são raros; e os que de fato levam os ensinamentos ao coração e os incorporam em suas ações são ainda mais raros.
Tão raros na verdade, como “ estrelas em plena luz do dia”.
Extraído do livro: O livro tibetano do viver e do morrer
Editora Talento
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