No Freezer, Fogão ou Coração


Foto de André Correa( direita)

Por Tereza KawallQuando alguém diz: “ Põe (ou guarda) no freezer”
Logo me vem à mente
A simples idéia daquilo que será adiado ou digerido algum tempo depois.
O mesmo vale para pessoas
Das quais, temporariamente,
Precisamos “ dar um tempo”.
Ou seja, isso vale tanto para os alimentos
Ou para vida pessoal, subjetiva.

E o quê dizer de sentimentos, crenças e aflições
Com as quais não queremos lidar?
Lá no nosso “ freezer” psíquico
Vivem um sem número de sensações, memórias, conflitos adiados
E nem sempre reconhecidos como tal.
Lembranças que, embora congeladas,
Ainda possuem vida, cor e sabor.

Esses tempos de final de ano
Fazem-no deparar, de um jeito ou de outro,
Com algum tipo de reflexão.
Precisamos (re)desenhar os próximos passos, a direção a seguir.
Terminar algo inacabado, avaliar entraves,
Inovar, ousar,
Redefinir estratégias para o VIVER.

A encrenca é que, para seguir em frente
Muito provavelmente, ainda precisaremos
Daqueles ingredientes ou alimentos
Estocados na nossa geladeira mental.
Sendo boa parte deles crenças, valores, imagens, modelos ou dissabores
Precisarão ser descongelados da memória emocional
Escapar do gelado, e reviver no aqui agora.

Nem sempre lidamos bem com a nossa saúde física e mental.
Sabemos muitas coisas a respeito, mas a prática.... deixa a desejar!

Adiando e entulhando tudo em nosso “ freezer”
Estocamos o passado em potinhos bem fechados, “ para não entrar ar”..
E nos rótulos de identificação lá estão:
Raiva, inveja, ressentimentos, medos, sonhos frustrados,
Palavras não ditas, aflições, e sabe-se lá o que mais.
O melhor destino para os que têm o prazo de validade vencido: lixo.
Para os que ainda estão OK,
Cheirar, olhar, sentir, repensar, olhar novamente...
Isso aqui serve para alguma coisa, afinal?

Mãos a obra!
Um a uma, do freezer para a pia, para a mesa, para as facas,
Passando pelos temperos, panelas
Fogo médio ou alto, forno, não importa
Até que cheguem ao seu destino: nossos olhos, olfato, boca e estômago,
Devidamente digeridos e transformados em energia
Agora atualizada, disponível para o presente e para a alma.

Para facilitar as coisas, recomenda-se, claro,
Uma boa dose de vinho
E duas outras doses também generosas de honestidade e coragem.
Será um ato de amor próprio
E que ninguém poderá fazê-lo por você!
Mas acredite, o corpo agradecerá, aliviado
E as janelas de um espírito mais oxigenado também.

... mas voltemos novamente ao nosso freezer agora esvaziado...
Um punhado de pedras de gelo no balde...
Uma champanhe deliciosa está à nossa espera,
Um brinde à VIDA, à alegria
Um brinde à compaixão por tudo o que é vivo,
A todos que acompanham e curtem esse blog,
Um brinde ao ano de 2011!!!

Comentários

Anônimo disse…
Muito lindo, Teresa!
Um excelente 2011 prá você e os seus.
Beijo grande!
Divani
Adelia Ester disse…
Querida amiga, um brinde à Vida! Lindo texto, como todos as suas produções! Beijo. Meu carinho.
Denise disse…
Tereza, Tim-Tim!

Adorável o convite à reflexão - feita dessa forma, suavizou um pouco a urgência no preparo do banquete (somos muito para uma refeição trivial...)

Bom ano pra vc, cheio de alegrias novas - vc as terá, vovó...rs
Bjo com carinho.

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