Felicidade

Mathieu Ricard, monge francês, assessor do Dalai Lama, doa os dividendos da venda de seus livros para monastérios e obras de caridade.

Nos últimos anos vem crescendo de forma expressiva o interesse pelo tema da " Felicidade".
Pesquisas nos meios acadêmicos, um grande número de livros e revistas, e o avanço da linha da chamada Psicologia Positiva a partir dos anos 80 evidenciam que há algo que muitos de nós estamos querendo entender em toda a sua extensão de significados.

Aquilo que é chamado de “ bem estar subjetivo” seria o quê? Satisfação dos desejos, riqueza material, sucesso profissional, viajar pelo mundo, ter um corpo belo e saudável, encontrar um par perfeito.... Ou seria algo de natureza intrínseca e idiossincrática, uma questão de temperamento geneticamente explicada,
uma liberdade interna, ou flexibilidade psíquica baseada em princípios religiosos?

O tema da busca da felicidade há séculos ocupa a mente de sábios, filósofos e religiosos, afinal, é um tema que permeia a história da humanidade, abrangendo as indagações relacionadas ao sentido da vida: o que estou/estamos fazendo aqui?

Na enxurrada de informações que seguramente podem jogar uma luz sobre este tema tão importante e porque não dizer, necessário aos nossos dias atuais, há um livro muito especial, escrito por um monge budista francês, Matthieu Ricard, que mora na Índia há muitos anos, chamado: “Felicidade, a prática do bem-estar”.
Entremeando temas como emoções, desejos, filosofia, humildade, meditação e neurociência, budismo, psicologia, ética, e sobretudo, mostrando exercícios práticos para a conquista de uma mente mais serena e feliz, o livro é um presente para os buscadores da verdade e do conhecimento de si mesmo.

Alguns trechos do livro:

Treinando o bem estar:
“ Vim a entender também que, apesar de algumas pessoas terem uma inclinação natural para serem mais felizes do que outras, essa felicidade ainda é vulnerável e incompleta, e que alcançar a felicidade duradoura como modo de ser é uma habilidade que se adquire. Isso requer esforço constante no treino da mente e no desenvolvimento de qualidades com paz interior, atenção plena e amor altruísta”
Sobre o contentamento:“ Cada ser tem em si o mesmo potencial para a perfeição, da mesma maneira que cada semente de gergelim tem seu próprio óleo. Ignorância, neste contexto, significa não estar consciente desse potencial, como um mendigo que não sabe da existência de um tesouro enterrado sob o seu barraco. Conhecer a nossa verdadeira natureza, e tomar posse desse tesouro esquecido, nos permite viver uma vida repleta de significado, Esse é o caminho mais seguro para encontrar a serenidade e deixar florescer o altruísmo genuíno.
Existe uma maneira de ser que subjaz a todos os estados emocionais e está presente na substância de que somos feitos, abrangendo todas as alegrias e sofrimentos que vêm a nós. A palavra em sânscrito para esse estado é sukha.

Sukha é o estado permanente de plenitude e bem-estar duradouro que se manifesta quando nos libertamos de cegueira mental e das emoções aflitivas. É também a sabedoria que nos permite ver o mundo como ele é, sem véus ou distorções. É por fim, a alegria de dirigir-se para a liberdade interior e a bondade amorosa que irradia em direção aos outros.”
Felicidade como estado de espírito:" A felicidade, como será tratada nesse livro, é a profunda sensação de florescer que surge em uma mente excepcionalmente sadia. Isso não é meramente um sentimento agradável, uma emoção passageira ou uma disposição de ânimo: é um excelente estado de ser. A felicidade é também uma maneira de interpretar o mundo, pois, se às vezes pode ser difícil transformá-lo, sempre é possível mudar a maneira de vê-lo”.

Felicidade e bens materiais:
“ É ingênuo imaginar que só as condições externas podem assegurar a felicidade. Esse caminho certamente nos levará a um despertar doloroso. Como disse o Dalai Lama: “ Se um homem que acaba de mudar para um luxuoso apartamento no centésimo andar de um prédio novinho em folha sente-se muito infeliz, a única coisa que ele vai procurar é uma janela de onde possa se atirar”.
Quantas vezes já ouvimos que o dinheiro não traz a felicidade, que o poder corrompe os honestos e que a fama arruína a vida particular? O fracasso, a ruína, a separação, a enfermidade e a morte estão sempre prontas para reduzir a cinzas o nosso cantinho do paraíso”.

Extraído livro:
Felicidade – a prática do bem estar
Editora Palas Athena, 2007, São Paulo.

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